Elenco: Sacha Baron Cohen, Ben Kingsley, Anna Faris, John C. Reilly, Kevin Corrigan, Megan Fox
Direção: Larry Charles
Roteiro: Sacha Baron Cohen, Alec Berg, David Mandel, Jeff Schaffer
Gênero: Comédia
Aladeen, o ditador do título, sempre fez suas vontade durante seu reinado em um país no norte da Africa, condenou inocentes, roubou do povo e realizava seus desejos mais absurdos as custas do dinheiro da população. Mas quando ele desenvolve um projeto nuclear, se vê obrigado a dar justificativas a ONU antes que uma possível guerra chegue a sua amada nação. Ele viaja aos EUA, acaba sendo enganado por seu vice-presidente, e é trocado por um "sósia manipulável".
Como já era de se esperar, nem todas as piadas funcionam, algumas são constrangedoras e desnecessárias na trama, nota-se que desta vez Cohen deixou por alguns momentos sua sátira de lado para tentar alcançar diversos públicos, e é justamente aí que o longa se perde na mesmice do gênero, transforma-se em algo idiota, quase ao nível de "Todo mundo em pânico". Apesar da agilidáde do roteiro (que em momento algum se mostra cansativo), é tudo enlatado, nos padrões de uma comédia "pastelão" onde a proposta é sentar, comer pipoca e se divertir com o filme mesmo que hajam furos por toda parte. Em Borat e Bruno haviam toneladas de idiotices, mas Sacha cumpria bem sua proposta de incomodar e fazer as pessoas repensarem seu modo de vida, o que não existe em "O ditador", que sendo um filme "político", é imperdoável não ter sido devidamente politizado em suas piadas longas que vão perdendo a objetividade e a noção do ridículo. A falta de um tom crítico deu abertura à vulgaridade exacerbada.
Porém, nem tudo é descartável, existem algumas sacadas interessantes envolvendo a cultura norte americana, como a breve citação à "Comer, rezar, amar", um "tapa de luva" em Megan Fox (que como Oprah Winfrey e Halle Berry, foi mostrada como uma prostituta de luxo) e a ridicularização do governo americano, que em determinado momento é comparado a uma ditadura por Aladeen, em uma das poucas cenas em que a sátira política realmente deu certo. Nos resta torcer para que, se Sacha Baron Cohen insistir em fazer o personagem bobão e trapalhão mais vezes, que use o cérebro e não transforme seus filmes em produtos comerciais para que o grande público se divirta gratuitamente, porque aturar o alto nível de escrotidão humoristica com proposta política falha, pode ser pior que toda e qualquer ditadura. Viva a democracia!
Nota 3.5
Sacha Baron Cohen nunca teve muito o que dizer em seus filmes, dificilmente o contrário ocorreria aqui. Mas em termos de ruindade, nada supera Brüno.
ResponderExcluirhttp://planocritico.ne10.uol.com.br/
http://avozdocinefilo.blogspot.com.br/
Não gosto dos filmes dele também, mas em Borat ele ainda conseguia na medida do ridículo cumprir o prometido rss.
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