domingo, 30 de dezembro de 2012

RETROSPECTIVA: Melhores Álbuns Nacionais de 2012

MELHORES ÁLBUNS DE 2012: NACIONAL
Neste ano tivemos no mundo da música muitas surpresas, muitas reinvenções, algumas previsibilidades (como de costume), mas em suma foi um ano de grandes somas para todas as partes e subdivisões da música. E como não poderia faltar, temos a lista dos melhores álbuns de 2012, categoria nacional.

10° O Terno - "66"

A banda O Terno é o melhor exemplo que o rock independente do Brasil pode ser criativo e aplaudível. Além de terem um dos melhores clipes do ano. O Terno se projeta como uma das revelações do ano, com o álbum "66", que varia entre versos corridos e ritmos convidativos para ficar muito doido na balada indie.

Ouça: "66""Modão de Pinheiros"



 Gaby Amarantos - "Treme"

Não poderíamos falar sobre brega sem citar ela, que esteve em todos os palcos do Brasil esse ano, e narrou até a abertura de uma das novelas de maior sucesso do ano. Gaby Amarantos, faz jus ao movimento que é encabeçado por Banda Calypso, Bonde da Estonda, Banda Uó e Amarantos, só que com um toque de "diva" que nós gostamos tanto.

Ouça: "Xirley""Ex Mai Love"



 Thiago Pethit - "Estrela Decadente"

Mesmo abandonado o estilo folk que carregava, Thiago Pethit acertou em seu último disco "Estrela Decadente", que traz ótimas faixas tanto em português quanto em inglês. Com clima intimista, Thiago trás o mundo pré 80's a tona, com direito até Twiggy (ícone da moda dos anos 60) estrelando um dos clipes.

Ouça: "Perto do Fim"



7 ° Rita Lee - "Reza" 

A presença das figurinhas carimbadas em 2012 foi constante, e não poderia faltar nossa rainha do rock, Rita Lee. A bonita lançou o "Reza", que trouxe um bom começo de desfecho para sua carreira que evidentemente está se acabando, como tudo que é bom. E a música que batiza o disco apenas foi um dos maiores sucessos nacionais do ano.

Ouça: "Reza""Eu To Um Lixo" 



 Banda Uó - "Motel"

Como concluir 2012, sem mencionar o tecno-brega? E por isso a banda mais hot thing do ano, a Banda Uó, é o disco que consagra o movimento que mexeu com os esqueletos dos brasileiros. "Não sou seu Jorge, nem Alcione, não tem nem comparação", é o que diz uma das músicas do disco, mas o que podemos completar é que eles são tão icônicos quanto. E suas músicas depravadas e de ritmo envolvente, sim, são dignas de melhores do ano. 

Ouça: "Búzios do Coração""Shake de Amor"


5° Capital Inicial - "Saturno"

Quem diria que o "Dark Side Of The Moon", do Pink Floyd, ainda daria 'pano pra manga"!? Mas o último álbum do Capital Inicial provou que era possível sim, trazendo o bom e classudo rock nacional. Com influências evidentes, como a do Pink Floyd e eu até diria a auto-influência, "Saturno" é como uma continuação do que a banda vem fazendo. Um disco que nasceu clássico. 




 Gal Costa - "Recanto" 

"Recanto", de Gal Costa, foi lançado tão no fim de 2011, que nem tivemos oportunidade de lista-lo ano passado. Mas para não dizerem que não falei em recanto. Temos aqui mais uma obra prima, que tem a assinatura em todos os refrões de ninguém menos que Caetano Veloso. Porém, nem só por Caetano é que "Recanto" chegou a nossa lista. Já que Gal está em ótima forma, assumindo sua experiência e tirando o máximo proveito desse advento. 

Ouça: "Neguinho",  "Segunda"    



 Tulipa Ruiz - "Tudo Tanto"

Depois de ser listada como uma das pérolas da música brasileira mesmo estando no primeiro disco, Tulipa Ruiz não para e traz "Tudo Tanto", tão bom quanto seu exaltado "Efêmera", só que com um gostinho todo especial de segundo disco, que como já sabemos é incomparável. 


 Silva - "Claridão"

Se teve um artista brasileiro que cresceu aos olhos do público esse ano foi Lúcio da Silva Souza, vulgo Silva, que já tinha lançado o "Silva EP", já adiantando o que viria pela frente. E nesse ano fomos contemplados por um dos melhores álbuns do ano, tão rebuscado quanto leve. 

Ouça: "A Visita""Cansei"


Caetano Veloso - "Abraço"

O abraço de Caetano Veloso é o disco que veio aquecer a música popular brasileira, já que Caetano não nos ensinou a esquece-lo. E por mais que o cantor de "Sozinho", esteja no auge de sua sétima década de vida, ele trouxe para seu disco elementos tão contemporâneos quanto o funk, mas sem perder a classe e o conteúdo enxuto que é marca de Caetano. 

sábado, 22 de dezembro de 2012

Clipe: Ela está bela, interpretativa e artistica no primeiro clipe, "Você é" Klau Palagano

Há um bom tempo esse blog não vem sido atualizado por mim, Vinícius Huggy, devido alguns problemas pessoais. Mas em breve traremos um projeto novo, que irá vir com o próximo ano e quem sabe até com o aniversário do NNNCO.
E para marcar o meu retorno. Trago uma novidade. Uma novidade nativa, que promete muito e tem muito a nos dizer. O nome dela é Klau Palagano, uma Paranaense que está começando agora e acaba de lançar o seu primeiro trabalho, a faixa "Você é", com o principal intuito de divulgação.

Características como o potencial vocálico, presença e musicalidade (já que Klau também é compositora) são visíveis desde as primeiras dezenas de segundos do clipe, simples, mas que não peca pela falta. Assista:



quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Born This Way Ball Tour: erros e acertos da turnê do ano.



Já faz mais de um mês que mais de 110 mil brasileiros foram privilegiados e puderam assistir de perto à turnê do ano, comandada por Lady Gaga e sua equipe que põe suas visões artísticas e inspirações na prática, e é responsável por dar vida ao grande projeto que essa turnê é. Sim, pois Born This Way Ball não é apenas um show de uma cantora pop. Aliás, seria redutivo classificar o concerto de Gaga dessa forma, pois com tantos elementos mágicos, e com uma forma diferente de conduzir seu espetáculo, Gaga promove uma ópera pop, repleta de elementos rock, e dotada de um tempero exclusivo, que só ela aprendeu a fabricar.

entrada da monster pit

O tempero exclusivo ao qual me refiro é a singularidade de Gaga quando está no palco, aliada à sua simpatia excepcional, e sua ótima voz e técnica vocal, que arrepiava todos os presentes ali, que a respondiam com gritos, aplausos, pulos e presentes. A euforia dos fãs foi tanta, que um deles acabou acertando Gaga na cabeça, e chegou até a ser vaiado por muitos, que por sua vez, foram interrompidos por Gaga, que acalmou os ânimos de todos dizendo que estava tudo bem consigo. Mais um ponto pra ela, que além do seu show musical, também deu um show a parte de humildade e simpatia.


Partindo para os aspectos técnicos do show, há alguns pontos negativos que torço para que sejam eiminados na nova etapa da turnê, nos Estados Unidos e Canadá. O primeiro deles é o figurino: ela troca demais de roupa, quase uma vez por música, o que a obriga a muitas saídas do palco, e perde-se tempo e dinamismo na apresentação. Há também o fato de que algumas roupas, como a usada na performance de Born This Way e Black Jesus, que esconde todas as curvas de Gaga, fazendo com que ela pareça um objeto estranho ao dançar a coreografia das músicas. Acho que o corpo dela é bonito demais pra ser desperdiçado quando deveria ser mostrado durante as corografias sensuais.


E falando em coreografia, acho que o maior ponto a ser melhorado na tour é exatamente esse. O fato de o palco ser muito grande, exige que seja preenchido por muitos dançarinos, o que acho ruim. E isso piora com a falta de sincronismo entre Gaga e seus dançarinos, que acabam se destacando. E quando dançarinos se destacam, o artista principal perde um pouco de seu espaço. Além disso, são poucas as coreografias da Gaga que me encantam, depois que Laurieann Gibson deixou o cargo de diretora-criativa e coreógrafa de sua equipe. Uma exceção deve ser aberta à performance de Scheiße, que apesar de conter quase 20 dançarinos ao lado de Gaga, tem uma coreografia altamente excitante, que fez o estádio do Morumbi tremer quando os primeiros versos e passos eram executados.

Acho que, apesar da ideia de um castelo enorme e colorido ser fantástica e arrepiante, pessoalmente, acho que somente um cenário grande e fixo limita a mobilidade do artista, e ainda prefiro um show com cenários menores e móveis, como a Monster Ball, que possuía telões, e engenhocas portáteis, que facilitavam o entendimento dos atos. PORÉM, a tour atual de Gaga acaba se tornando atraente justamente por ser uma desconstrução de sua tour anterior. Uma mostra Gaga como uma artista pop elétrica, ambiciosa, que surgiu do nada, mas conseguiu atingir o topo do pop. Já a segunda tour, mostra uma Gaga já consolidada, humana, que não precisa da aprovação da massa pra garantir o sucesso de seus trabalhos, pois sua comunhão e amor incondicional por seus fãs já o fazia.


As comparações com a MDNA Tour são desnecessárias e infundadas, pois a primeira tour de Gaga lucrou mais que as 7 primeiras de Madge, e sem contar que Gaga ainda tem muito tempo para corrigir o que há de errado em seus concertos. Já as demais falhas estão relacionadas à organização do show, que é de responsabilidade da produtora e organizadora brasileira, Time 4 Fun, que trata os pagantes dos ingressos como verdadeiros animais. Mas isso já não é assunto para um post que fala sobre uma tour, e não sobre a má fé e má gestão de uma empresa exploradora. Disso, a Gaga não tem culpa. Retomando, eu tenho a impressão de que ela conseguiu renascer de uma forma totalmente cativante com essa tour. Meu único desejo é que ela mantivesse essa conexão incrível com os fãs na próxima tour também. Além de manter Hair e Scheiße, que apesar de não serem singles, são músicas inesquecíveis e grandiosas, que não podem morrer ao fim desta era.  Ademais, acho que a Born This Way Ball Tour elevou a Gaga a um patamar tão alto, no quesito da qualidade e singularidade de um show pop, que isso me deixa curioso em relação ao que esperar de ARTPOP e sua turnê.

Pra quem não viu, aqui vai alguns trechos de demonstração de carinho que a Gaga deu aos seus fãs brasileiros durante o show. E pra quem não acredita em sua sinceridade, acho que uma tatuagem na nuca em homenagem aos seus little monsters brasileiros, eu acho que já é o suficiente pra provar o contrário.


sexta-feira, 2 de novembro de 2012

"007 - Operação Skyfall" e os dramas pessoais de seus personagens.

Elenco: Daniel Craig, Judi Dench, Javier Bardem, Ralph Fiennes, Albert Finney, Helen McCrory, Ben Whishaw
Direção: Sam Mendes
Roteiro: John Logan, Neal Purvis, Robert Wade, Ian Fleming (personagens)
Gênero: Drama / Ação

O novo filme da franquia "007" chegou aos cinemas do mundo todo surpreendendo o público e a crítica, chegou para provar para aqueles que nunca foram grandes admiradores do gênero, que sim, é possível combinar explosões com qualidade narrativa, ainda que grande parte das produções atuais insistam em mostrar o contrário. Tendo em vista que a direção é assinada por Sam Mendes, o ganhador do Oscar por "Beleza Americana" e responsável pelo drama familiar "Foi apenas um sonho", já era possível perceber que "Skyfall" iria um pouco além dos tiros e dos socos presentes em filmes de ação, este último James Bond teria tudo para fazer a diferença.

Logo no inicio do longa acompanhamos Bond em uma perseguição (com um trabalho de câmera que merece destaque não só aqui, como no filme todo), em seguida a tela é invadida pela voz de Adele, com a canção "Skyfall" enquanto os créditos inicias são mostrados a nós, naquela que talvez, seja a sequência mais interessante dentro das quase duas horas e meia de duração. Neste "007" a lealdade do agente secreto mais famoso do mundo é testada, quando o passado de sua chefe M volta a atormenta-lá e o serviço secreto britânico é exposto ao perigo devido às questões pessoais da personagem de Judi Dench.

O mais interessante de tudo é notar que, se tirarmos as armas e a violência, continuaríamos com um bom filme em mãos, pois o segredo do sucesso aqui, está na carga dramática que seus personagens carregam o tempo todo. Os tiros são o bônus, a sobremesa deste que, facilmente, pode ser considerado o melhor de toda a franquia. O elenco é formado por verdadeiros monstros do cinema. O vilão é interpretado pelo sempre competente Javier Bardem (quase irreconhecível de cabelo loiro), e junto a ele, temos Ralph Fiennes, Helen McCrory, Albert Finney, e claro, Craig e Dench.

Livre daqueles furos que muitas vezes aparecem em roteiros de produções do gênero, "Skyfall" se mostra apenas, um pouco previsível em alguns momentos, e esse é seu único ponto negativo. Sam Mendes conseguiu fazer algo além do esperado, mas reinventar uma série já gasta com o tempo seria pedir demais para alguém que, apesar de bom no que faz, não é o mais experiente no ramo. É um diretor dramático, que sabe transportar para o espectador a dor de seus personagens. Em algumas cenas, é intrigante vermos M e Bond encarando a velhice como uma inimiga cruel, mais perigosa que qualquer terrorista que tenham enfrentado em tantos anos de carreira, pois esta não é facilmente derrotada, ela chega e se instala em nossos organismos como um parasita, e nos corrói. E é aqui, neste "007 - Operação Skyfall" que os vemos exorcizando seus demônios pessoais, desarmados, a espera de uma absolvição que jamais virá.

Nota: 8.0

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

TOP 5 - Filmes de terror

Hoje é Halloween, por isso preparamos uma lista com 5 dos filmes de terror que talvez, sejam os melhores e mais importantes da história do cinema. Confiram:

5 - O gabinete do Dr. Caligari (1919)
Pode ser considerado um dos primeiros filmes de "terror" do cinema. Lançado em 1919 e dirigido por Robert Wiene, é um dos precursores do expressionismo alemão na sétima arte e acabou sendo o carro chefe das produções que tinham como objetivo "assustar". Destaque para o interessante roteiro e para o final inteligente, que funciona muito bem quase 100 anos depois.

4 - Carrie - A Estranha (1976)
O livro de Stephen King sobre a história da menina problemática, que sofre bullying na escola e é submetida às mais doentias situações pela mãe religiosa, transformou-se em uma produção assustadora e monumental nas mãos do diretor Brian De Palma. O tom sobrenatural usado para finalizar o longa faz de "Carrie" um daqueles filmes únicos do gênero, que merece ser assistido por qualquer um, em qualquer época.

3 - Psicose (1960)
Pode não ter o "tom sobrenatural" característico em inúmeros filmes de terror, mas quem se importa? Afinal, estamos falando de Alfred Hitchcock! O charme de Psicose vai além do suspense e do final surpreendente, está nos pequenos detalhes, como no sangue da famosa cena do chuveiro, que é feito com chocolate líquido, tendo em vista que chegaria mais perto do "real" para os olhos do espectador. Visto hoje, pode não provocar a mesma reação de 50 anos atrás, mas continua sendo uma obra de arte.

2 - O exorcista (1973)
Quando lançado, em 1973, "O exorcista" ganhou alta censura, fez a crítica especializada tremer de medo e ganhou o rótulo de "produção amaldiçoada". Nos bastidores, o set de filmagens pegou fogo, Jack MacGowran morreu após interpretar seu papel e um vigia do estúdio foi baleado durante as gravações. As bizarrices que ocorreram durante as filmagens do filme de William Friedkin renderiam um filme tão aterrorizante quanto "O exorcista", que ainda hoje é considerado o filme mais assustador de todos os tempos.

1 - O bebê de Rosemary (1968)
O primeiro lugar da nossa lista fica para "O bebê de Rosemary", longa metragem de Roman Polanski sobre um homem que acaba negociando com o diabo sua própria mulher, que sem saber de nada, está levando o anticristo em sua barriga. A carga dramática em torno do horror da trama é poderosa, sugerindo ao espectador que nunca confie em ninguém, em um amigo, familiar ou em nós mesmos, pois a maldade que nos cerca é muito mais poderosa do que podemos imaginar. Obra prima indiscutível! Vale ressaltar que o diretor contratou um grupo satanista de verdade para gravar a cena em que Rosemary é estuprada pelo demônio, depois do lançamento do filme, a mulher de Polanski foi morta a facadas, grávida, por membros de uma mesma ceita.