sábado, 28 de janeiro de 2012

SHAKIRA: O ponto de interrogação do mundo pop



Em 1996 surgiu uma das maiores artistas do pop mundial, e talvez a maior artista de pop latino de todos os tempos. Shakira, colombiana, de origem simples, estourou as paradas de sucesso de todo o continente, logo no lançamento de seu primeiro álbum - “Piés Descalzos”.

O álbum foi um maravilhoso cartão de visitas da Colômbia para o mundo, e Shakira mostrou-se muito patriota, revelando seu desejo de que a Colômbia fosse vista – e ouvida – pelo mundo todo. Através de suas músicas dançantes e emocionantes, a moça conseguiu o que tanto queria. Com influências árabes, ela se mostrou muito versátil e conquistou um público de milhões de pessoas.

Uma dançarina genial com um timbre de voz belíssimo e inconfundível e beleza angelical. Isso, era tudo o que a América precisava para encerrar o século XX com grande estilo, no entanto, não foi isso que aconteceu. Pouco tempo depois, Shakira se perdeu musicalmente falando. Para que sua música soasse um pouco mais comercial, a diva colombiana começou a cantar em inglês. Grande burrada e grande sacada. Sim, ela ganhou muitos fãs com isso, mas causou descontentamento de muitos outros, e a que na qualidade foi evidente.

Desde 2001, com o álbum “Laundry Service”, a diva colombiana vem adicionando a incoerência em suas músicas. Embora a qualidade e boa produção das músicas deste album serem inegáveis, mas renegar ou fugir de seu estilo e influências para agradar a mais pessoas, sem ser você mesmo é realmente lamentável.

De lá pra cá, a mesma coisa vinha se repetindo e Shakira insistia em ignorar suas raízes que a fizeram famosas e a fizeram ser conhecida. Convenhamos que suas músicas em espanhol são muito mais relevantes e muito mais sinceras do que suas “músicas” industriais produzidas para serem vendidas e não sentidas.

Felizmente, ela parece ter percebido isso, pois em 2010 a bela lançou o álbum “Sale El Sol”, que foi um cd regressivo às suas origens e que abordou com muita delicadeza os sentimentos que Shak já vivenciou. O cd nos presenteia com canções belíssimas como “Antes de las seis”, que tem um ar oriental e soa como música para se cantar sentado em uma balança, de frente para o pôr-do-sol, e “Sale El Sol”, que é uma graça. É a persistência, amor verdadeiro e superação unidos através de notas musicais fortes e doces.

A chata influência americana ainda não é inexistente, mas já não está mais em primeiro plano. Rabiosa é uma mancha marrom em um cd amarelo. Totalmente fútil e descartável, e passa a sensação de que Shakira quer agradar a todos, como se fosse uma nota de cem. A única música em inglês que se salva, foi a que cantou com Beyoncé. Aliás, quem não fica bem ao lado de Beyoncé? Até Joelma ficaria! Infelizmente, ela já foi melhor e mais sincera consigo mesma. Meus pêsames a ela.

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