sábado, 23 de junho de 2012

Resenha: Listen Up! - Haley Reinhart

Ela, que já foi muito (bem) citada aqui no nosso blog, ela, que era a favorita do American Idol 2011, porém, inexplicavelmente, ficou em terceiro lugar. E o mundo deu graças a Deus por isso, já que com a exceção de Kelly Clarkson, todos os demais ganhadores de programas no estilo "fábrica de artistas" não obtiveram sucesso algum após o término do programa.

Uma das razões pra essa triste realidade, está na falta de liberdade que o vencedor possui na criação e produção de seu primeiro álbum, que é crucial para a demarcação territorial no meio musical. E até nisso, Haley foi sortuda: a Interscope - mesma gravadora de Madonna e Lady Gaga - se interessou em contratá-la. E o primeiro (espero que ainda de muitos outros álbuns) dessa parceria é o "Listen Up!":
O disco começa com "Oh My!", faixa pop/R&B, com fortes influências do jazz. A música seria perfeita se não tivesse vocais do B.O.B. entremeando a sua melodia. Porém, como Haley Reinahrt ainda é um nome desconhecido para 99% da população mundial, fazer uma farofa básica com o rapper emergente se fez necessário.

As influências das faixas vão desde o jazz, passando por R&B, pop e rock glam. Os vocais de Haley são harmônicos e empolgantes, fazendo com que os 54 minutos de duração do disco pareçam apenas 5. "Listen Up!" faz valer o ditado de que tudo o que é bom dura pouco.

As faixas de destaque são "Wasted Tears", "Liar" e "Hit The Ground Runnin'", que são melódicas, com ritmo perfeito e soam muito alegres, apesar das letras (de 14 faixas, 13 foram compostas por ela mesma) tratarem sobre fim de relacionamento/recalque. Isso é uma boa estratégia, haja vista que Adele se deu muito bem com suas canções de corno manso arrependimento e desastres sentimentais. Podemos classificar o Listen Up, como um 21 mais colorido e arejado. A "Someone Like You" de Haley é a balada exagerada, porém, linda e tocante "Undone".

O fator mais surpreendente do disco é a identidade de Haley que foi perfeitamente construída. Logo em seu álbum debut, ela veio segura, gostosa, com cabelo mais claro e com um ar retrô absolutamente original e fresco. Na mão de bons produtores, com seu charme hipnotizante e com sua voz que flerta com nossos ouvidos, alguns arranjos amadores tornam-se perdoáveis e a pergunta que não quer calar torna-se inevitável: "Quem precisa de ganhar um American Idol, quando se tem talento?".

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