sexta-feira, 2 de novembro de 2012

"007 - Operação Skyfall" e os dramas pessoais de seus personagens.

Elenco: Daniel Craig, Judi Dench, Javier Bardem, Ralph Fiennes, Albert Finney, Helen McCrory, Ben Whishaw
Direção: Sam Mendes
Roteiro: John Logan, Neal Purvis, Robert Wade, Ian Fleming (personagens)
Gênero: Drama / Ação

O novo filme da franquia "007" chegou aos cinemas do mundo todo surpreendendo o público e a crítica, chegou para provar para aqueles que nunca foram grandes admiradores do gênero, que sim, é possível combinar explosões com qualidade narrativa, ainda que grande parte das produções atuais insistam em mostrar o contrário. Tendo em vista que a direção é assinada por Sam Mendes, o ganhador do Oscar por "Beleza Americana" e responsável pelo drama familiar "Foi apenas um sonho", já era possível perceber que "Skyfall" iria um pouco além dos tiros e dos socos presentes em filmes de ação, este último James Bond teria tudo para fazer a diferença.

Logo no inicio do longa acompanhamos Bond em uma perseguição (com um trabalho de câmera que merece destaque não só aqui, como no filme todo), em seguida a tela é invadida pela voz de Adele, com a canção "Skyfall" enquanto os créditos inicias são mostrados a nós, naquela que talvez, seja a sequência mais interessante dentro das quase duas horas e meia de duração. Neste "007" a lealdade do agente secreto mais famoso do mundo é testada, quando o passado de sua chefe M volta a atormenta-lá e o serviço secreto britânico é exposto ao perigo devido às questões pessoais da personagem de Judi Dench.

O mais interessante de tudo é notar que, se tirarmos as armas e a violência, continuaríamos com um bom filme em mãos, pois o segredo do sucesso aqui, está na carga dramática que seus personagens carregam o tempo todo. Os tiros são o bônus, a sobremesa deste que, facilmente, pode ser considerado o melhor de toda a franquia. O elenco é formado por verdadeiros monstros do cinema. O vilão é interpretado pelo sempre competente Javier Bardem (quase irreconhecível de cabelo loiro), e junto a ele, temos Ralph Fiennes, Helen McCrory, Albert Finney, e claro, Craig e Dench.

Livre daqueles furos que muitas vezes aparecem em roteiros de produções do gênero, "Skyfall" se mostra apenas, um pouco previsível em alguns momentos, e esse é seu único ponto negativo. Sam Mendes conseguiu fazer algo além do esperado, mas reinventar uma série já gasta com o tempo seria pedir demais para alguém que, apesar de bom no que faz, não é o mais experiente no ramo. É um diretor dramático, que sabe transportar para o espectador a dor de seus personagens. Em algumas cenas, é intrigante vermos M e Bond encarando a velhice como uma inimiga cruel, mais perigosa que qualquer terrorista que tenham enfrentado em tantos anos de carreira, pois esta não é facilmente derrotada, ela chega e se instala em nossos organismos como um parasita, e nos corrói. E é aqui, neste "007 - Operação Skyfall" que os vemos exorcizando seus demônios pessoais, desarmados, a espera de uma absolvição que jamais virá.

Nota: 8.0

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