terça-feira, 3 de julho de 2012

"Sombras da Noite": um filme com sombras nem tão escuras assim

Elenco: Johnny Depp, Eva Green, Michelle Pfeiffer, Chloë Grace
Direção: Tim Burton
Gênero: ?
Estúdio: Warner Bros

Tem um lobisomem, mas não é Crepúsculo, tem uma bruxa, mas não é Branca de Neve, tem uma família sádica e estranha, mas não é Família Adams, e sim, sombras da Noite, um filme inédito, porém morno, de Tim Burton, e protagonizado pelo sempre genial Johnny Depp. Vamos ao filme:

É desnecessário dizer que a direção de arte do filme, cenários e figurinos estão impecáveis, pois em se tratando de Tim Burton, isso tudo são itens obrigatórios em um longa. Algo que também surpreende no filme é a trilha sonora oitentista, que varia entre Yggy Pop, The Carpenters e ainda conta com uma ponta do brilhante (e bizarro) roqueiro Alice Cooper, que é a cara do filme.

A salvação do filme está na milimetricamente perfeita atuação de um elenco fabuloso, no qual até mesmo os atores infantis/infanto-juvenis são exemplares. Destaque para a sempre elegante Michelle Pfeiffer e para Chloë Grace, sua filha no filme, que faz um cosplay de Lana del Rey muito dos sedutores - e nada sonolento.

"Sombras da Noite" poderia ser melhor se estivesse focado mais precisamente em um estilo dramático. Quem assiste ao trailer, acha que o filme é de comédia, mas não é tanto assim. As piadas são previsíveis, e nada é tão engraçado ao ponto da risada durar mais que dois segundos. Nem mesmo a jocosa cena de sexo entre Barnabas (Johnny Depp) e Angelique (Eva Green). E, apesar de envolver bruxa, vampiro e lobisomem e Alice Cooper em um só longa, o filme não é de terror. Longe disso. Nenhuma cena é de tirar o fôlego. Nem mesmo as do desfecho final. Ponto negativo para o filme.

Já o amor não correspondido entre as personagens protagonistas, que é um velho clichê da ficção mundial, foi abordado de forma leve, com diálogos rápidos e cenas dinâmicas e coloridas, despertando o interesse do espectador sobre o drama da bruxa que só faltou colocar o nome de Barnabas na boca do sapo pra poder ter seu amor. O recalque da bruxa até que é bacana, e acaba tornando-a mais interessante do que a real amada do vampiro, a insossa Victoria. A bruxa sedutora, assim como a de Branca de Neve e o Caçador deixam a desejar no sentido de morrerem fácil demais. Não dá pra acreditar que bruxas tão fortes têm mortes tão toscas reservadas para si.

Uma importante mensagem captada em uma breve fala de Barna, desperta uma reflexão. Em seu último diálogo com a recalcada de Collinswood bruxa Angelique, ele diz a ela que ela não o amava. Ela apenas tinha um desejo ardente de possuí-lo. E que isso não era amor, e pelo fato de ela prejudicar outras pessoas graças a essa obsessão, ela não era capaz de amar. Taí o "Ás" do filme: a diferença entre amor e obsessão. Mas até que seria muito bom se Depp fosse condenado a viver eternamente, mas não sob as sombras da noite, e sim, sob os refletores e holofotes de uma gravação de um filme melhor.

Nota 6

Assista ao trailer de Sombras da Noite:

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